A colusão é um jogo recíproco entre os membros do casal, em que cada um se dispõe a jogar o jogo do outro, talvez sem se dar conta inteiramente. Utilizo o termo “jogo” fazendo uma alusão aos fenômenos transicionais de Winnicott.
Assim, o espaço interno de um casal pode ser assimilado a essa zona porque nasce do encontro entre os mundos externos e internos, intra e inter-sistêmicos, familiares e individuais dos dois parceiros. Esse espaço é intensamente investido e transformado pelas projeções de cada um.
Segundo Freud em “Mal-estar da civilização” …. “o apaixonado afirma que o eu e o tu são uma coisa só, e está pronto a se comportar como se, de fato, assim fosse”. A capacidade transitória de fusão faz parte da vida psíquica normal, que deve permitir tanto a capacidade de viver a fusão quanto de poder se diferenciar do outro.
A presença concomitante (no espaço) desses movimentos e sua alternância (no tempo) é útil a vida do casal e da família para preencher novas necessidades que caracterizam o próprio crescimento dos parceiros e/ou de seus filhos.
Deve-se ter cuidado a um completo englobamento fusional para que quem esteja sendo “engolido” não tenha a sensação de está sendo devorado pela personalidade do outro.
Dra. Priscilla Machado Moraes
Psicóloga. Especialista em Saúde Mental
Mestre e Doutora em Psicologia Clínica
CRP-01/21974
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